sexta-feira, 16 de maio de 2008

> 16 de maio - Meu Aniversário

O objetivo do Blog é apenas divulgar alguns trabalhos artísticos meus, mas hoje abrirei uma exceção para comemorar o meu aniversário postando minha biografia escrita por Sandra Helena, essa mulher que eu admiro tanto.
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Carlos Magno ou simplesmente “Maninho”

Maninho, Manin... será que os inúmeros amigos que o rodeam sabem que por trás deste cognome tão gostoso de pronunciar, chegando até a “escorrer” na boca de tão doce, esconde-se o seu verdadeiro nome : Carlos Magno ? Pois é, o nosso Maninho tem o privilégio (ou a audácia) de ter o nome do maior imperador do Ocidente, Charlemagne ou “Charles le Grand” ou ainda “Carolus Magnus” em latim. Mas, o nosso Maninho não é nenhum imperador, não é nenhum rei e sim apenas um rapaz latino americano nascido na cidade de Mossoró, aos 16 de maio de 1967, filho de um pedreiro e de uma professora “leiga”, esta última incumbida, como a maioria das mães, de levar para a escola o nosso herói e suas duas irmãs, Mônica ( falecida há dez anos ) e eu, Sandra. Maninho foi alfabetizado no Educandário Presidente Kennedy, escola municipal cuja diretora, Dona Carmelita Régis, era uma das maiores educadoras que Mossoró já teve; depois, fez o curso fundamental no Instituto Dom João Costa findando todo o curso científico no Colégio Estadual Jerônimo Rosado.
Após duas tentativas frustradas para entrar na Universidade e cursar Letras, resolve dar um tempo aos livros e adere ao vamo batê lata, pois é, desde muito cedo tocar bateria tornou-se um dos seus passatempos. Quando menino, costumávamos ir assistir aos desfiles do 7 de setembro e quando chegávamos em casa, ele corria para o velho fogão “Jangada” azul e branco e metia-se a tocar as marchas, era o “bategão”, ainda lembro do ritmo, era mais ou menos assim: tum, dá, tá, tá, tum dá, tá, tá, tum, tum, tum...Depois, fabricou sua própria bateria com algumas tampas de latas de doce goiabada (eram os pratos da “batera”), tinha até um pedal que batia com ajuda de uma tira de borracha, um tambor deitado e um banquinho, só faltava o violão, pois o amor e a canção já estavam lá, é... anos dourados...
Recentemente, ele foi convidado para tocar bateria num grupo mossoroense ”Art Milenar”, aceitou o convite com muita satisfação pois, como já afirmei, Maninho faz desse instrumento um dos seus hobbies favoritos.
Desde os seis anos, Maninho já inventava seus próprios brinquedos, não gostava de jogar pelada, nem de subir em postes nem muito menos de soltar papagaio. Ele gostava mesmo era de juntar caixinhas de fósforo, latas, barbantes ( seus bolsos eram abarrotados de bugigangas “catadas” por ele mesmo em suas andanças ) e fabricar os seus carrinhos os quais, como num toque de mágica, andavam, corriam, faziam “aquele” barulho com a ajuda de um “dínamo” que ele mesmo comprava e acoplava aos seus inventos. Nosso “professor Pardal” cuja vida nem luxo nem lixo, passava dos “bricoles” aos desenhos, chegando até a criar inúmeras historinhas em quadrinhos. Seus personagens, dotados de forças sobrenaturais, íam criando vida na caneta “Bic ponta fina” do Grande Carlos. Aconselharam minha mãe a levá-lo a um psicólogo pois achavam que ele era uma criança anormal; o psicólogo, não lembro do seu nome, falou que nosso irmão era uma criança “normalíssima” e que deveríamos estimular ainda mais a sua criatividade.
Na fase de adolescente, naquela de papai me empresta o carro, era como a maioria dos jovens, gostava de passear, curtia o Parque de Diversões São João para onde dirigia-se quase todas as noites levando no bolso apenas 1,00 $ com que comprava confeitos de hortelã, bala “Soft”, enfim, tudo o que 1,00 $ pudesse comprar. Quando não ia ao Parque, encostava o seu carro na praça... Ainda nesta fase, Maninho passa a trabalhar na Universidade Federal Rural do Semi-Árido-UFERSA onde está até hoje.
No entanto, nem o aumento das responsabilidades por agora ser pai, nem o fato de estar empregado na UFERSA, fizeram com que nosso “amigo Charles” parasse de inventar, pois, chegando hoje em sua casa (continua morando em Mossoró) nos deparamos com uma estante de ferro que ganhou num desses sorteios, cheia de carrinhos em miniatura; carros de modelos antigos feitos de papelão com todos os detalhes: faróis confeccionados com papel alumínio, rodas pretas de cartolina guache, bancos, direção, marcha, etc. Temos ainda motos de todas as marcas de fazerem inveja a Johny Hallyday; um avião de quase 1m de comprimento, entre outros. Num canto da casa, uma bateria recém-pintada de branco na qual ele toca a balada do louco quase todas as noites ao final de um dia de trabalho, arrisca também, entre outros, alguns acordes de A novidade do Paralamas do Sucesso, um dos grupos musicais preferidos, sem esquecer que curte também Titãs, cantores como Gilberto Gil, Vinícius de Moraes, Chico e Caetano, João Nogueira, querem mais ? Bartô Galeno, Fernando Mendes, Odair José...
Este é o Maninho o filho que eu quero Ter. Como já citei, não é um imperador, mas é um rei quando está “inventando” suas historinhas em quadrinhos onde só ele tem o poder sobre os super-heróis, é um rei quando está fabricando seus carrinhos nos quais pode “viajar” para qualquer lugar da sua rica imaginação, é um rei quando toca em sua bateria muitos rocks e até mesmo o samba do avião.
Depois de todas essas informações sobre Maninho, faço uma retificação do que falei no primeiro parágrafo, ou seja, não é Maninho quem tem o privilégio de ter o nome do grande Charlemagne, este é que deve agradecer, do fundo do seu túmulo, por existir Carlos Magno : Um Homem Chamado Maninho e como dizia o poeta, Ah! Se todos fossem iguais a você...
Sandra Helena Gurgel Dantas
Professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira da UNIPE e
Professora da Aliança Francesa – PB.